2 de julho de 2010

Sexta, sangue e seleção

Sexta-feira, treze horas e quinze minutos. É junho e não faz frio, mas o coração dos brasileiros está congelado. Os comentários do narrador confundido com o pássaro em extinção são cada vez mais absurdos. Antes, a sede pela taça. Agora, só mais uma competição desportiva.
Na cabeça dele, Jadilson, uma mistura de desilusão por não poder mais comemorar o hexacampeonato e, no fundo e mais forte, por não ter mais alguns dias de folga no serviço e ficar comendo churrasco barato e bebendo cerveja no boteco. Desilusão, tristeza, álcool, decepção, raiva...
De repente, o anão vizinho aparece na janela. Abre um sorriso, assopra a corneta (até então chamada vuvuzela) e grita: "Holaaaaaaaandaaaaaaaaa!"
Apenas um projétil atravessou sua cabeça. Manchou a parede, as cortinas e o chão de sangue. O anão não perdeu nada. Não tinha família. Mas Jadilson perdeu a vida. Está foragido há alguns meses e mal sabe que a polícia possui indícios de seu esconderijo e virá torturá-lo até a morte.

2 comentários:

  1. Nossa! Que cruelllllllllll!!haha

    Ah fiquei triste por ter perdido..se o brasil nao for mais o país do futebol, é bom as mulheres nao perderem as bundas para nao ficarmos sem fama!!hahaha

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  2. Cara,
    Eu ri. Porque vc sabe bem, né? Eu adoro humor negro, rs...
    E o seu é dos melhores.
    ;-)
    www.confissoesaesmo.com

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