18 de julho de 2010

Hitler habita aqui dentro

Cortá-la aos pedaços ainda viva e dar a carne sangrando aos cães abalou a sociedade. Mas isso só aconteceu pelo poder que a mídia tem de deixar Zorra Total no ar por tanto tempo. Mas ainda bem que aos meus arquivos nunca ninguém terá acesso!
Aqui no morro as coisas acontecem de forma mais, digamos, lentas. Deixo registrado todos os fatos que acontecem, pois meu filho e único herdeiro precisa saber como administrar a mercadoria, o sistema de distribuição e também os inimigos.
Há duas semanas, um moleque apareceu em minha casa. Estava contabilizando a grana e fazendo meus contatos por telefone. Coisa quente, falava com um deputado que não citarei o nome. Não sei como, mas ninguém notou a entrada do pivete. Viu e ouviu mais do que devia... logo imaginei o que fosse enviado por alguém.
O prendi no quarto vermelho por dois dias. Dois longos dias sem luz, sem ar fresco, sem comida, sem som. Fui bater um último papo com ele.
"O que veio fazer aqui, moleque?" moleque era modo de dizer, o marmanjo devia ter lá seus vinte e poucos anos. Pra mim, se meteu onde não devia? é moleque, pivete!
"Vim atrás de um pipa..."
"Pipa o caralho!" interrompi dando uma porrada na cara. "Quem te mandou aqui?"
"Já disse, sou trabalhador, aproveitei o fim de semana pra soltar pipa e...."
Outra porrada.
"Mais uma única chance de falar a verdade e evitar o sofrimento, moleque!"
Silêncio.
"Vamos esclarecer as coisas" continuei. "Sua vida termina aqui. Mas precisa aprender algo antes, moleque! Você viu coisas que não deveria ter visto. Ouviu o que não devia. Vai partir dessa pra melhor, mas antes precisa aprender."
Silêncio.
"Acredita em vida após a morte, pivete?"
Silêncio. Ele já devia ter urinado nas calças uma hora destas. Ele não respondeu. Não quis continuar mais a conversa. Só pedi pros meus 'ajudantes' darem um tratamento especial pra ele.
Primeiro, pedi pra tirarem um olho, por ter visto o que não era pra ser visto. Depois, pedi pra servirem um sanduíche com churrasco e patê de olho. Afinal ele devia estar com fome.
Depois da última ceia, pedi que deixassem o menino no centro da sala, amarrado. Pedi que cortassem seu cabelo, deixassem uma goteira cair, lentamente sobre sua cabeça raspada. Gota a gota.
Com calma... gota... gota...
Depois de três dias o soltei. Não iria matar o pobre garoto. Não sou de violência.

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