Ontem pela madruga, estava a conversar com uma prima. Trocamos textos, idéias... perguntamos um ao outro se estávamos bem. Em meio à nossa conversa, começamos a indicar livros. Livros bons, livros para se ler apenas, livros...
Ela me indicou um autor, Zygmunt Bauman, cujos títulos de alguns livros seguem uma determinada ordem: "Modernidade Líquida, Medo Líquido, Amor Líquido, Tempos Líquidos" e assim por diante. Resolvi então, tendo em vista que alguns temas não foram abordados pelo autor, escrever um texto em sua homenagem. Esta será uma experiência unica. Escreverei, sem conhecer suas obras e, colocarei como meta ler algumas de suas obras. Depois, escreverei outro texto dizendo como me senti em relação à essa experiência maluca. Segue o texto:
Fezes Líquidas
É natural que em algumas fases de nossas vidas nos sintamos inseguros. Vivemos em uma sociedade que é demasiadamente 'imediatista'. Telefone celular, notebook, internet, e-mail, messenger, torpedo, vídeo-conferência, redes sociais, home office, ensino à distância, reality shows, pílulas da felicidade... céus! Estou esperando ansiosamente o tele-transporte. Só isso nos falta para poder quebrar totalmente as barreiras relativas de tempo-espaço.
É muita informação ao mesmo tempo que nos chega sem parar, como dizia Raul Seixas. Aconteceu agora? Liga a televisão que já está no ar. Não dá mais para viver sem essa tecnologia. Essa é a realidade. O preço que pagamos por isso é caro.
Perdemos a privacidade, a saúde, o ar puro do campo, a tranqüilidade e quase a vida. Perdemos nosso tempo para sair com os amigos. Quanta tragédia...
Semana passada me aconteceu um fato interessante. Sexta-feira, a professora pediu um trabalho para ser realizado no fim de semana. Acordo no sábado de manhã, ligo o computador e estou sem conexão com a internet. Ligo para a companhia e ela informa que houve um problema em sua central de informações e será resolvido na terça-feira pela manhã.
Entrei em desespero. Não conseguiria entregar o trabalho há tempos sem o auxílio da internet. Tentei me acalmar lembrando da época em que, para fazer um trabalho, precisávamos ir à biblioteca pública. Procurávamos em vários livros e enciclopédias por um determinado tema, esperávamos a edição de empréstimo ser devolvida durante alguns dias, voltávamos ao local, pagava-se os livros, tirava-se cópia do conteúdo, devolvia-se e, então, íamos pra casa começar o trabalho.
Mas não adiantou. A ansiedade veio, cada vez mais forte... até me levar ao banheiro!
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